O anticoncepcional oral, também conhecido como pílula, é o tipo mais utilizado de contraceptivo. A finalidade básica é impedir que uma gestação não planejada aconteça. Além disso, o medicamento hormonal pode ser usado visando benefícios não reprodutivos, como a normalização dos ciclos menstruais e o controle de determinadas doenças ginecológicas.
Nas últimas décadas, a ciência apresentou inovações em relação às condições femininas, no sentido de prover à mulher mais autonomia na decisão de ser mãe. Tanto é que, na segunda metade do século XX, houve uma diminuição significativa nas taxas de fecundidade — se antes disso, era comum ter 5 filhos ou mais, hoje, vemos que, em boa parte das famílias, o número caiu para 2 ou até menos.
De modo geral, as práticas de anticoncepção correspondem ao uso de métodos que evitam que uma relação sexual produza uma gravidez. Trata-se, portanto, de um recurso de planejamento familiar que permite a programação consciente da constituição de prole.
Dentre os métodos disponíveis, os reversíveis incluem:
Há, também, os métodos de emergência (pílula do dia seguinte) e os definitivos. Nesse último caso, as cirurgias de vasectomia e laqueadura são indicadas como formas de esterilização para pessoas que atendem aos critérios da legislação brasileira sobre planejamento familiar.
Dentre as opções listadas, o anticoncepcional oral foi o primeiro método contraceptivo a se popularizar. Desde então, as mulheres passaram a controlar sua própria fecundidade, visando à conquista de outros direitos e projetos pessoais. Ainda hoje, é o recurso mais utilizado para evitar a gravidez. Entretanto, a alta eficácia depende do uso correto.
Tipos de anticoncepcional oral
O anticoncepcional oral é um fármaco esteroide encontrado na composição de progestágeno isolado ou na combinação de progestágenos e estrógenos. São componentes sintéticos, semelhantes aos hormônios que são produzidos pelos ovários.
Os anticoncepcionais somente à base de progesterona, também conhecidos como minipílula, podem ser utilizados, inclusive, durante o período de aleitamento materno, sem riscos à produção de leite e à saúde do bebê.
Os que levam progesterona e estrogênio em sua composição são chamados de anticoncepcionais orais combinados (AOCs). Com exceção de algumas condições que contraindicam o uso dos hormônios, podem ser usados com segurança pela maioria das mulheres, após avaliação médica. Além disso, são muito eficazes quando tomados diariamente, sem falhas e esquecimentos.
Indicações do anticoncepcional oral
Os anticoncepcionais orais são indicados como forma de prevenção da gravidez. Sua apresentação pode incluir cartelas com 21, 28 ou 35 comprimidos, dependendo da composição. Alguns precisam de uma pausa entre as cartelas, para o período menstrual, enquanto outros são de uso contínuo.
Os AOCs, em específico, também podem ajudar no controle de algumas disfunções endócrinas e ginecológicas, como síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose, hiperplasia endometrial e sangramento uterino anormal.
Vale ressaltar, no entanto, que os anticoncepcionais apenas auxiliam no controle dos sintomas, mas não curam as possíveis lesões associadas às doenças ginecológicas. Sendo assim, uma avaliação médica mais aprofundada é necessária para estabelecer melhor o prognóstico e a conduta terapêutica para cada caso.
Como o anticoncepcional oral age no corpo
Em sua ação natural, os hormônios ovarianos preparam o tecido interno do útero (endométrio) para a gravidez, deixando-o espesso e receptivo para um embrião se implantar. Enquanto agem no preparo uterino, o estrogênio e a progesterona exercem feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, estruturas cerebrais que secretam os hormônios FSH e LH, responsáveis pelo estímulo dos ovários no processo de ovulação.
Assim, o anticoncepcional oral, como também contém substâncias com ação semelhante à dos hormônios ovarianos, age no corpo da mulher inibindo a ovulação. Sem o amadurecimento e a liberação dos óvulos, não é possível engravidar.
Outros mecanismos dos contraceptivos hormonais são o espessamento do muco endocervical e as alterações celulares e moleculares no endométrio. Por todas essas razões, o processo reprodutivo não se completa e a mulher se mantém protegida de uma gestação não planejada — desde que o medicamento seja tomado corretamente.
Antes da indicação do anticoncepcional oral, a mulher precisa passar por consulta ginecológica para ser devidamente avaliada. Dessa forma, o médico consegue identificar quando há fatores que contraindicam o uso dos hormônios.
As contraindicações incluem: gravidez; hipertensão arterial com doença vascular; doença tromboembólica; antecedente de acidente vascular cerebral (AVC); câncer de mama; cirrose hepática; hepatite ativa; entre outras, mas todas essas podem e devem ser discutidas com seu médico, pois sempre existe a exceção.
Entre os principais efeitos colaterais dos anticoncepcionais hormonais, estão: alterações de humor, dor de cabeça, dor nas mamas e alterações na libido.
Para finalizar, é oportuno esclarecer que a relação entre o uso prolongado de pílula e infertilidade é um mito. Ocorre que, quando o casal não consegue engravidar após a suspensão do anticoncepcional oral, possivelmente, já existia alguma disfunção reprodutiva, mas que somente foi evidenciada a partir das tentativas de gravidez. Diante disso, a avaliação médica é necessária para descobrir os fatores associados.
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