O papilomavírus humano, mais conhecido pela sigla HPV, é uma infecção comum em indivíduos sexualmente ativos. Os vírus dessa natureza podem infectar a pele e as mucosas oral, genital e anal.
Existem mais de 200 cepas diferentes de HPV, subdivididas em baixo e alto risco, de acordo com seu potencial oncogênico. Isso porque tal infecção pode levar a diversos tipos de câncer, como de vulva, vagina, colo do útero, ânus, pênis, cabeça, pescoço, boca e orofaringe.
Dentre os tipos de HPV, mais de 40 cepas podem infectar o trato ano-genital, tanto em mulheres quanto em homens. Na população feminina, o risco é substancialmente maior para o desenvolvimento do câncer de colo do útero, um dos três tipos de câncer mais incidentes em mulheres.
O HPV é uma doença de alta prevalência e que está entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns, assim como clamídia, gonorreia e tricomoníase. Os sintomas servem como um alerta para a busca de avaliação médica. Entretanto, em muitos casos, a infecção cursa de forma assintomática, fato que retarda a procura pelo diagnóstico e aumenta o risco de transmissão do vírus.
Causas de HPV e fatores de risco
O HPV é causado por vírus que são transmitidos, principalmente, pela prática de relações sexuais sem o uso de preservativos. Isso inclui todo tipo de contato íntimo com as mucosas da pessoa infectada — genital, manual, oral e anal.
O patógeno também pode ser transmitido por outras vias, como o compartilhamento de objetos contaminados, partículas de saliva e transmissão vertical, isto é, da gestante/parturiente para o feto.
Existem vários fatores de risco para a contaminação por HPV:
Outro fator de risco para o câncer de colo do útero, em específico, é a falta de acompanhamento ginecológico periódico. A consulta ao ginecologista e a realização de exames de rotina são formas de prevenir diversas doenças.
Recomenda-se que o Papanicolaou seja realizado com frequência, pois a finalidade desse exame é identificar alterações no trato genital, incluindo sinais de HPV no colo do útero. Assim, a coleta de uma amostra de material cervical é enviada para análise laboratorial para pesquisa de lesões precursoras de câncer.
Apesar de o HPV também ser fator de risco para vários outros tipos de neoplasias, o câncer de colo do útero requer um pouco mais de atenção, em razão de sua alta incidência. Felizmente, com o aumento do rastreamento da doença por meio do exame de Papanicolaou, a taxa de mortalidade caiu significativamente. As chances de sobrevida são bem maiores quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais.
Sintomas de HPV
Quando a infecção por HPV provoca sintomas, os principais são: presença de verrugas em vários locais, acompanhadas de coceira e irritação. As lesões apresentam características e tamanhos variados, mas podem aparecer na pele, na região genital, perianal e anal.
Popularmente chamadas de “crista de galo”, as verrugas genitais ou condilomas acuminados podem se manifestar de forma discreta ou em grande quantidade, se não houver tratamento no início dos sintomas.
Na mulher, os condilomas podem surgir na vagina, na vulva, no colo do útero e no ânus. No homem, as verrugas aparecem no pênis, principalmente na glande, no saco escrotal e na região anal. Ambos também podem ter lesões nos lábios e na garganta.
Há também sinais subclínicos do HPV, detectados apenas com microscópio. Os exames permitem, ainda, diferenciar o tipo de vírus e estabelecer seu potencial cancerígeno. Sendo assim, mesmo que não existam sintomas evidentes, as alterações citológicas, reveladas pelo Papanicolaou, confirmam a infecção em mulheres assintomáticas.
Exames para o diagnóstico de HPV
A entrevista clínica (anamnese) é o primeiro passo para o diagnóstico do HPV. Nessa ocasião, o médico pode fazer perguntas sobre os sintomas, histórico de ISTs, uso habitual de preservativos sexuais e outros fatores de risco. O exame físico também é importante para avaliar se existem verrugas e outras lesões visíveis.
Os demais exames solicitados para o rastreio das alterações celulares — que podem ser ou não precursoras de câncer — incluem:
Outros exames importantes são a captura híbrida e o teste genético de reação em cadeia da polimerase (PCR). Com esses métodos laboratoriais, é possível detectar qual é o vírus e avaliar seu potencial de malignidade.
Formas de tratamento e prevenção do HPV
O tratamento depende muito do tipo de vírus encontrado nos exames. Alguns casos não precisam de intervenção, pois existe a possibilidade de regressão espontânea das lesões, principalmente em pessoas com bom funcionamento do sistema imunológico.
Quando o exame de Papanicolaou revela Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), o tratamento também depende da gravidade das lesões, que são divididas em 3 níveis. As NIC 1, lesões de baixo grau, são transitórias, de modo que o acompanhamento com exames periódicos é indicado, sem maiores intervenções.
As NIC 2 e 3, lesões de alto grau, precisam de abordagens mais efetivas. As opções de tratamento abrangem: crioterapia, cauterização química, terapia a laser, cirurgia de alta frequência (conização do colo, traquelectomia e cauterização mecânica) e excisões cirúrgicas. Em situação de evolução para um câncer, outras condutas são necessárias.
As abordagens terapêuticas para o HPV e as terapias oncológicas disponíveis atualmente têm contribuído para a redução das consequências dessa infecção. Apesar disso, a prevenção ainda é a melhor ação.
Nesse sentido, a vacinação contra o HPV, indicada desde a pré-adolescência, o uso de preservativos nas relações sexuais e a realização anual do exame de Papanicolaou são formas simples e eficazes para se proteger da infecção e, por conseguinte, evitar o câncer de colo do útero, bem como os outros tipos de câncer relacionados.
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