O implante hormonal é um dispositivo em forma de bastão flexível que mede cerca de 4 cm de comprimento e contém hormônio etonogestrel, conhecido comercialmente como Implanon. Esse dispositivo pode ser implantado no antebraço com o objetivo de liberar substâncias, gradualmente, que agem no corpo, regulando determinadas funções.
Para começar, precisamos falar sobre a importância dos hormônios, substâncias que atuam como mensageiros químicos no nosso organismo, estimulando ou inibindo ações de diversos sistemas. Eles são secretados por várias glândulas endócrinas, como hipófise, tireoide, suprarrenais e gônadas.
As gônadas são as glândulas sexuais — as mulheres têm os ovários e os homens têm os testículos —, órgãos responsáveis por produzir gametas (óvulos e espermatozoides) e hormônios reprodutivos.
O implante hormonal mais utilizado é aquele com ação contraceptiva, feito à base de progestagênios, isto é, progesterona sintética, semelhante à que é produzida no corpo feminino. No entanto, não existe apenas um tipo de implante hormonal, pois também é possível elaborar o dispositivo com estradiol, testosterona e diferentes progestágenos, conforme a finalidade médica.
Indicações do implante hormonal
O implante é principalmente indicado para mulheres que querem um método eficaz para evitar a gravidez. Outras possíveis indicações, estudadas cuidadosamente em cada situação, incluem: terapia de reposição hormonal na menopausa; tratamento de doenças estrogênio-dependentes, como a endometriose; tratamento de hipogonadismo masculino; entre outras.
Veja mais detalhes sobre essas indicações:
Contracepção
Vários métodos contraceptivos foram desenvolvidos desde a chegada das pílulas, na década de 1960, permitindo mais autonomia feminina e facilitando o planejamento familiar. Apesar disso, ainda é expressivo o número de gestações não planejadas.
O implante hormonal anticonceptivo faz parte do grupo dos LARCs — long-acting reversible contraception ou contraceptivos reversíveis de longa duração —, assim como os dispositivos intrauterinos (DIU).
Além da longa duração, que é de até 3 anos de proteção contra a gravidez, o implante hormonal tem mínimas taxas de falha e é um método reversível. Dessa forma, assim que a mulher quiser engravidar, basta solicitar ao ginecologista a retirada do dispositivo que a fertilidade é recuperada.
A eficácia, a discrição, a durabilidade e a facilidade no uso diário do implante hormonal são fatores que mantém sua alta taxa de continuidade. Contudo, muitas mulheres ainda têm dúvidas, por isso, é importante conversar com o ginecologista para conhecer melhor os benefícios da adesão a essa forma de contracepção.
Como o implante hormonal contraceptivo age no corpo
Como método contraceptivo, o implante hormonal age de várias formas. Seus mecanismos incluem: anovulação, atrofia endometrial, alterações no muco cervical e redução da motilidade tubária.
Anovulação significa ausência de ovulação. A presença constante de progesterona exerce o feedback negativo sobre o eixo hipotálamo-hipófise, inibindo a produção dos hormônios FSH e LH, que são responsáveis pelo estímulo da ovulação.
O muco cervical se torna mais consistente, dificultando a subida dos espermatozoides para o trato reprodutivo superior feminino. Já as tubas uterinas têm sua motilidade alterada, o que afeta a passagem dos gametas e o transporte do embrião para o útero.
O termo atrofia endometrial se refere à baixa espessura do endométrio, tecido que reveste o útero por dentro e que precisa estar mais espesso para um embrião se implantar.
Por todas essas razões, e por não depender da ação diária da usuária, o implante hormonal tem altas taxas de eficácia e de continuidade. Se usarmos a pílula para comparação, por exemplo, vemos que essa forma de contracepção deixa margem para falhas, pois requer que a mulher se lembre de tomá-la todos os dias.
Quanto aos possíveis efeitos do uso do implante, assim como de outros métodos hormonais, podem ocorrer mudanças no padrão do sangramento menstrual (normalmente, menstruação infrequente ou ausente), dor nas mamas, labilidade emocional, ganho de peso, acne e redução da libido.
As principais contraindicações do uso de implante hormonal são para mulheres com confirmação de gravidez, hipersensibilidade aos componentes do implante ou diagnóstico de câncer de mama. Contudo, mesmo para os casos indicados, são necessários o prévio aconselhamento médico ginecológico e a avaliação da saúde de cada paciente.
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